quarta-feira, 22 de agosto de 2018

CUIDE DAS SUAS DORES EMOCIONAIS



Sabe, inevitavelmente todos nós passamos por alguns momentos difíceis na vida, momentos que se pudéssemos escolher, estariam descartados do nosso caminho. É claro, que estas dores nos ensinam muito, mas só iremos descobrir a sua importância algum tempo depois. E é assim que tem que ser.
Essas dores, insistem sempre em dizer que somos vulneráveis, que nossa estrutura não é de ferro e que o google não sabe nos ensinar como lidar com elas.
São frustrações, perdas, traumas, pancadas, vazios, desprezos e decepções originadas em várias situações que enfrentamos, que nos aparecem e que nós, somente nós, é que temos que lidar com estas lacunas agudas do emocional. Somos afetados negativamente no nosso dia a dia, e como se não bastasse o passado, vamos sentindo um enorme pesar ocasionado pelas expectativas do futuro. Sim, estamos mais pesados, mais medrosos e mais fragilizados. Estamos menos felizes?
Ocasionalmente sentimos dores que não identificamos onde elas estão. São as dores emocionais. São as dores da alma. O peito dói, o corpo sente, o coração gela e os olhos enchem de lágrimas e a saída é o choro. Por certo, são as lágrimas do peso e de um passado mal resolvido. Percebemos que o dia não está triste, que as pessoas não estão tristes, lá fora há vida, há liberdade, mas aqui dentro está frio e escuro. É a hora que precisamos aprender, que ficar triste não significa ser fraco.
Devemos ter a consciência que não temos a obrigação de perdoar as pessoas e o passado, mas precisamos aprender a perdoar a nós mesmos. Não precisamos amar a todos, nem tão pouco carregar a dor dos outros, mas somos os únicos responsáveis pela construção de quem queremos ser. Precisamos nos acostumar, que ao nosso lado terão pessoas que não aprenderam aplaudir, elogiar, reconhecer, incentivar e isso por vezes dói. Acredite: algumas pessoas ainda não aprenderam a se amar, não queira portanto, que eles te amem.  
Essas mesmas dores vão nos ensinando que amor é ferramenta de mão dupla e que se não for assim, uma hora vai doer. A dureza do desprezo, nos ensina que dedicação demais requer controle da nossa parte, do contrário, vai doer também. Esse peso nas costas, nos ensina que atenção e cuidado nos elevam a auto estima, mas se não é reciproco, vai aos poucos perdendo o sentido. Descobrimos que temos que selecionar o que vamos engolir e com quem vamos andar. Essa mesma dor nos ensina que amor próprio com pitadas de egoísmos, nunca nos fazem mal.
Sabe, há pessoas que ainda se incomodam com a sua felicidade e isso não pode ter fazer sofrer. A sua vida, não pode ser pesada porque as pessoas que te cercam fazem dela uma vida pesada. A tristeza é parte da vida, e a dor emocional também faz parte dela e não há exceções para ninguém. O que acontece é que aprendemos a fingir uma vida feliz, sem dores, aprendendo desde cedo, que, negar a tristeza é mais admirável do que reconhece-la e aprender a conviver com ela.
Não, não se apaga o passado de uma hora pra outra, mas precisamos viver e construir o futuro. Aprenda, que, tudo que não te faz crescer, deve ser cortado da sua vida, isso vale para pessoas, emprego, amores, objetos e outros. Você deve cortar, ou vai ter causar mais dor, mais cedo ou mais tarde. Não se exija demais e não deixem que exijam de você além do que você consegue entregar. Não carregue a capa do super-herói e nem queira a vida perfeita das redes sociais. Sejamos reais.
Aprenda a deixar ir, quem te puxa para trás. Deixa ficar, só quem te leva pra frente. Isso vai ressignificando as feridas e amenizando as dores, que insistem em te lembrar que elas ainda não foram saradas. Deixe de se atropelar tanto dê a você mesmo o valor que você tanto espera que os outros deem a você.

Paulo Veras é psicólogo clínico e organizacional, psicanalista, pedagogo, escreve e faz palestras, especialista em educação especial e inclusiva, especialista em docência do ensino superior e professor universitário em Goiânia-GO.

sexta-feira, 10 de agosto de 2018

QUEM É SEU PAI?


Talvez não é o homem que você sonhou e talvez você nunca o viu, com uma possibilidade enorme de você nunca o conhecer. Além disso, quem disse que você quer conhece-lo?  Quem sabe nunca te disseram dele e antes de você nascer ele já tinha morrido e só restaram as suas imaginações. Pode ser que ele te decepcione sempre e você sinta muita vergonha dele. Pode acontecer dele ser alcoolista e de você sofrer muito por isso. Ele nunca te colocou no colo, nunca deu um abraço, nunca cantou parabéns e cortou um bolo simples, daqueles feitos em casa. Eu sei, você queria não era o bolo, era o carinho.

É possível que ele tenha abandonado sua mãe, seus irmãos, sua casa e vocês tiveram que refazer a vida sem ele por perto. E somente agora, você entende, que isso foi bom sabia?! Pode ser que ele que cuidou se você, fez a mamadeira, trocou as fraldas e levou para tomar as vacinas, porque vocês é foram abandonados. Pode ter acontecido, de você ter conhecido ele já adulto e não ter sentido nenhuma emoção com isso. Se foi assim, não se culpe, você não é obrigado a amá-lo. Quem sabe, você o vê com frequência e nem sabe que vocês possuem algum laço afetivo além de serem apenas conhecidos. Pode ser que ele esteja preso e isso te mata aos poucos.

Há uma possibilidade enorme, dele ser a apresentação de sua mãe a você, e sabe, isso vem dando muito certo, tanto que você já gosta muito dele. Outra possibilidade, é dele ser, aquele que você considera muito, embora vocês dois não tenham nenhum laço biológico e nem morem juntos. Tudo bem, vocês se acharam pelo caminho. Pode até ser, que os seus irmãos, foi ele que te apresentou. Ainda há uma possibilidade, de na tua casa, terem dois e ter muita felicidade neste lar.

Pode ser também, que ele acompanhou sua mãe durante a gestação e quando você nasceu e abriu os olhos lá estava ele sobre você. Quem sabe ele te mimou, te encheu de presentes, te levou na escola, no dentista, te ensinou a andar de bicicleta, soltou pipa com você ou ajudou a pentear o cabelo das bonecas. Pode até ser que você tenha Junior no nome. Ele pode ser seu herói, mas, pode ser o seu bandido.

Quem sabe, quando você passou no vestibular ele estava junto, quando você entrou na igreja, ele foi seu par até o altar ou ainda, no dia da formatura você entregou o capelo a ele. É possível também que quando você mais precisou, ele não estava e aquele conselho que iria te salvar, foi o google que te deu. Será se ele é teu exemplo a ser seguido ou será se, o que te ajudou, foi não ter seguido os passos dele? Você talvez sofre porque ele não estudou e hoje tem algumas dificuldades decorrentes disso. Por outro lado, quem sabe, você agradece, porque ele te proporcionou outra realidade.

Pode ser que ele, esteja te dando muito trabalho, pois sua memória, agilidade e raciocínio estão morrendo e você quer tanto que seu filho conheça ele. Será se vai dar tempo? Quem sabe você está muito feliz em dar a ele um conforto a mais, ou não, por tudo que ele fez, é melhor não dividir o que é seu com ele. Tudo bem, eu compreendo sua história: ele não faz parte dela.  Pode ser que tudo o que você conquistou até agora, era para ele, pois era isso que ele sonhava. Quem sabe, agora, você só queria ler isso junto com ele, mas ele não está do seu lado.

Provavelmente, você tenha a consciência, que a sua estrada é a mesma dele, só que você está chegando e ele está indo. Há uma possibilidade, de vir a tua memória, a trágica notícia, o choro, o dia do velório e o sepultamento. Mas é possível, também, que você esteja se perguntando: como será esse momento? 


Paulo Veras é psicólogo clínico e organizacional, psicanalista, pedagogo, escreve e faz palestras, especialista em educação especial e inclusiva, especialista em docência do ensino superior e professor universitário em Goiânia-GO.

10 VERDADES SOBRE A VIDA QUE NÃO PODEMOS ESQUECER

  1 – Todas as pessoas que você ama vão morrer, inclusive os seus pais. Por isso valorize-os e aproveite o momento que estiver com eles. 2...