Qualquer MMA é horroroso na minha opinião, seja ele masculino ou
feminino. Proibiram a rinha de galos e liberaram a rinha de humanos. Ver dois
homens ou duas mulheres se quebrando, sangue no chão, rostos inchados e com
cicatriz e sentir prazer nisso é no mínimo um desvio de personalidade. É o masoquismo/sadismo
diário necessário para a realização de alguns instintos. Chamar essa prática de
esporte me parece mais um incentivo a violência. Quais são os benefícios
sociais da prática do MMA? O financeiro nós já sabemos.
A propagação de esportes de contato
como o boxe e o MMA pode aumentar os casos de mal de Parkinson. Especialistas
afirmam que há uma relação entre o impacto repetitivo de chutes e socos na
cabeça com o fato de doenças neurodegenerativas - como mal de Alzheimer,
demência do pugilista e mal de Parkinson - serem mais recorrentes e surgirem
mais precocemente entre lutadores.
Sabemos que os praticantes são adultos e logicamente assumem todo
o risco possível quando o praticam. Também não podemos negar que há – poucos –
mas há, benefícios sociais. Existem projetos sociais que foram criados a partir
de sua prática e estes projetos ainda que de forma pequena, tiram crianças e
adolescentes das ruas e das drogas.
Porém,
é fato que o seu incentivo à violência existe e de forma muito forte. O MMA,
por ser uma luta em que os contendores usam de diversas técnicas e golpes, é
polêmico. Quem participa dessa modalidade, como lutador ou até como professor,
vê benefícios na sua prática. Mas quem lida com o corpo humano, como um médico,
vê o MMA como um malefício à saúde.
Não se
pode negar que violência neste esporte se manifesta, se produz e se reproduz a
partir de razões que muitas vezes não são levadas em conta, quando se olha
apenas o lado entretenimento desta prática. A violência, é um fenômeno que está
tanto no esporte quanto fora dele, mas caberia ao esporte não incentivá-la ou
reproduzi-la. A violência no esporte é violência como em qualquer outro
ambiente: no ambiente doméstico, na escola, no meio urbano. É violência, e deve
ser entendida e combatida como tal.
Assim, devemos pensar que nessa espécie de “jogo” que se forma, é preciso pensar sobre esporte e violência, e nunca confundir que uma coisa não pode estar associada a outra. Não podemos entender, que assistir uma luta de MMA seja apenas um programa que se controla apenas por um controle remoto. A violência é mais complexa do que pensamos e seus efeitos podem ser mais desastrosos do que imaginemos.
Paulo Veras é
psicólogo clínico e organizacional, psicanalista, pedagogo, escreve e faz
palestras, especialista em educação especial e inclusiva, especialista em
docência do ensino superior e professor universitário em Goiânia-GO.
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