Preste atenção em você. A vida nem
sempre é um conto de fadas, mas não pode ser considerada por você, como um conto
de falhas. Desde cedo, não somos ensinados a cuidar de nossa saúde mental, de
nossas emoções e chega um momento que você pode não suportar carregar tantas
dores sozinho. Não carregue o prêmio do “bonzinho”.
Não tem nenhum problema ficar
longe de alguém que te feriu, que te humilhou ou que te fez sentir menor, te
fez sentir inferiorizado. Dê a distância que o outro solicita e respeite-se.
Reconheça o seu lugar no mundo e reconheça que nem sempre temos lugar na vida
dos outros, neste mundo. Cerque-se de pessoas que reconhecem o seu valor e vacine-se
contra aquelas que te fazem sentir um lixo. Aprenda a deixar ir tudo aquilo que
não faz bem e aproveite as novas oportunidades que vão chegando sempre. É
necessário aprender a ver as entre linhas.
Não tem nenhum problema se você
não consegue perdoar. Trabalhe antes o seu auto perdão e cuide de sua saúde
emocional. Deixe leve a sua cabeça, diminua as suas dores e quando for preciso
perdoar o tempo, as pessoas e os fatos, isso acontecerá por si mesmo. Não tenha
a obrigação de amar alguém para ser feliz, até porque a felicidade não é uma
obrigação que devemos colocar nas mãos dos outros.
Evite comparar-se com os
outros. Na maioria das vezes, as comparações nunca são saudáveis e desde
muito pequeno, somos vítimas de comparações para que nos tornemos iguais aos outros,
a ter o que os outros têm, a competir com o outro, a ter as mesmas qualidades
que os outros têm, mas não somos ensinados a valorizar o que somos e o que
temos. Isso sempre acaba com a nossa felicidade. As comparações roubam nossa
felicidade e a nossa capacidade de auto se valorizar.
Não se culpe por não ter
conseguido o que outro conseguiu com a mesma idade que você tem. Não chore
debaixo do chuveiro por achar que faz tudo errado e que nada dá certo pra você.
Embora seja parecido, o tempo tem um compasso para cada um de nós e entender esse
compasso é um processo doloroso. Ninguém deve ser obrigado a ser feliz no tempo
dos outros. Saiba que o outro chora também por dores diferentes, por feridas
que ainda não sararam e por faltas que ainda não foram substituídas.
Não se desespere por não
controlar tudo o que acontece com você. Não controlamos mesmo e isso é muito
bom. Viver para os outros é bem mais caro do que viver para nós mesmos. Quanto
mais maturidade vamos alcançando, mais difícil fica, para nos encaixar em
padrões que os outros criaram. Evite cobrar todas as explicações da vida e
deixe que ela nos apresente algumas surpresas. Quando a saúde emocional não vai
bem, o corpo paga o preço, um alto preço.
Paulo
Veras é psicólogo clínico e
organizacional, psicanalista, pedagogo, escreve e faz palestras, especialista
em educação especial e inclusiva, especialista em docência do ensino superior e
professor universitário em Goiânia-GO.
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