O Bambu é uma planta tropical, leve, que não necessita de reflorestamento
constante. É bonita por fora, serve-se a muitas fabricações além de possuir uma
rapidez incrível de crescimento e de aproveitamento de área no seu plantio. O bambu
oferece uma sombra razoável e é divida em várias famílias. Acontece que o bambu
é vazio por dentro. Ele é movido facilmente pelo vento, levado de um lado para
o outro porque não possui nenhum peso por dentro, é oco.
Você conhece pessoas assim, pessoas bambus? São pessoas, que como diz o
velho ditado popular, “por fora é bela viola mas por dentro é pão bolorento”. Não
tem nada a oferecer em sua essência, em seu interior. São leves demais,
superficiais demais e não tem muito a oferecer a não ser uma estética
fabricada.
No que se refere ao lado profissional, são tão instáveis, tão inseguras e
quase nunca se firmam no que querem ou provam para o que vieram. Não se
profissionalizam, vivem de bicos, nunca sabemos ao certo o que fazem, nem onde
estão. Não imprimem sua marca no que fazem. Não tem seu nome associado a algo
que de fato fez diferença ou não associamos sua imagem a algo positivo. Sua
vida profissional resume-se a promoção pessoal momentânea e não a segurança e
futuro. O que elas fazem? Eu cansei!
No que se refere ao social continuam bambus, horizontais demais,
volúveis. Resumem-se às baladas, às redes sociais, aos #chateado ou #balada. Não
possuem verticalidade. Afinal o que tem para oferecer uma pessoa bambu? Há
tanta necessidade mesmo de oferecer aos outros sua estética e o seu verde
conceito de vida? Não possui opinião formada sobre quase nada e não conseguem
formular uma frase e interpretá-la. No geral, confundem informação com inteligência
e por conta do advento da internet, pensam que são formadores de opinião. Hoje,
funkeiro ensina como educar filhos, modelos de personalidade duvidosa ensinam
fidelidade e as novelas ensinam o modelo de família ideal. Cansei!
Suas amizades resumem-se a outros bambus. É assim mesmo, o bambu
raramente nasce debaixo de árvores que não são de sua espécie. Resumem-se aos
mesmos comportamentos, ideologias e visão de mundo. Estão muito mais ligados à
embalagem do que ao conteúdo. Quem planta bambu no quintal, está mais preocupado
com a sombra que ele trará e o barulho que será ouvido quando chegar o vento do
que com seu valor de produção.
Notem que pessoas bambus não nos oferecem muito. Elas nos cansam rápido
demais. Não convence. Não nos toma em sua essência e estar com elas teremos no
máximo uma sombra, caso haja um sol maior por cima. Sabe quando preferimos ter
o presente e não o presenteador. Então...
Mas o mais interessante, é que uma hora o bambu não resiste ao tempo. A
árvore frondosa e verde vai se tornando amarela e seca, sem folhas, sem
atração, sem cheiro, sem vida. É, o tempo passa, os anos vem e assim como o
bambu, também vamos sofrendo o efeito das modas, dos tempos, dos vícios, das
curtidas e dos comportamentos ocos e vazios. Na vida, o que sobre é o que somos
e não o que temos. Pessoas bambus precisam entender que dignidade é medida por
dentro e não pela estética. Precisam entender que o valor de uma árvore é
medida pelo seu caule e não pelas folhas ou pela sua frondosa sombra. Afinal, o
que é uma pessoa bambu?
E por fim, uma pergunta interessante: você conhece o fruto que o bambu
oferece? Qual sua estação? Há flores em sua primavera ou há frutos em seu
outono? Eu desconheço!
Paulo Veras é psicólogo clínico e organizacional, psicanalista, especialista em educação especial e inclusiva, especialista em docência do ensino superior e professor universitário em Goiânia-GO.