É sendo agredido que se aprende a
agredir, afinal só vamos ensinar e dar ao outro, aquilo que fomos aprendendo
com as pessoas que convivem conosco. Educar com agressão é perigoso, porque se
mistura dois elementos que nunca devem andar juntos: o amor e a violência. Não
é só violência física, mas psicológica também.
São estas pessoas, que mesmo sem saber, vão nos
educando. Sendo assim, a repetição de um comportamento cruel e perverso, não
tem a ver com o conhecimento ou com a posição social ou religiosa que a pessoa
ocupa, mas sim, tem a ver com a maneira como ela foi educada.
Portanto, qualquer pessoa, que tenha sido tratada
com medo, na base da coação, impelida a fazer algo à força, não é educada
jamais para se amar ou respeitar o outro, mas sim, é educada para se defender.
Logo, acredita que a melhor maneira para fazer isso é atacando, ou ainda, a
melhor maneira de educar o outro, é agredindo-o.
Passa a admirar o agressor, defende facilmente
todo tipo de agressão e repete que é assim que se aprende, que é assim que se
educa. Admira tanto, que faz igualmente. Violentar de todas as formas é
comportamento comum e chama de frágil aquele que pensa diferente.
Virar esse conceito e libertar-se disso pode se
levar uma vida inteira. A regra é simples: quem ama não violenta.
Paulo Veras é mestre
em educação, psicólogo clínico e organizacional, psicanalista, pedagogo,
escritor e faz palestras, especialista em educação especial e inclusiva,
especialista em docência do ensino superior e professor universitário em
Goiânia-GO.