quinta-feira, 16 de fevereiro de 2023

SE SENTIR SOZINHO É DIFERENTE DE ESTAR SOZINHO

 


Não é novidade que a solidão é uma das epidemias mais graves deste século. Não é, portanto, um sentimento simples, fácil de ser explicado, mas trata-se de um misto de sensações como a dor, angústia, tristeza e medo, que foi mudando ao longo do tempo, com dimensões culturais, sociais e políticas. Aliadas a ela estão ainda o stress, a obesidade, o uso excessivo de drogas, entre outras variáveis.

É notório que cada vez mais as pessoas estão vivendo sozinhas e tudo indica que esse número deve aumentar nos próximos anos. Também não é novidade que as famílias estão cada vez menores, em casas menores, com menos filhos e em atividades que cada vez mais valorizam a sua individualidade e a sua solidão.

Embora a solidão não seja necessariamente má, deve-se ficar claro que ela é também fundamental para a constituição do ser humano. Durante as nossas vidas, a solidão faz parte do processo de crescimento e como tal, é inevitável.

Porém, é importante afirmar – e não confundir - a solidão como um processo de escolha, uma prática do individualismo ou com uma necessidade de não se socializar momentaneamente com qualquer outra pessoa. Estar só nesse caso, é estar fisicamente sozinho. Este estar solitário não expressa o sentimento de solidão e trata-se de um isolamento social por escolha, como um processo de fuga ou de experimento para se auto conhecer e crescer.

Mas é preciso atentar-se à solidão como um estado, onde a pessoa tem a necessidade (vontade) de estar com outras pessoas, mas é incapaz de fazê-lo. Pode ser que as condições sociais, financeiras e cognitivas permitam esse contato, mas a insegurança e outros fatores psicológicos contribuem para a solidão.

A isso, estão aliados os sentimentos de imprestabilidade, estranheza, desprezo, rejeição, desânimo e muito pouco contato visual, ou seja, o isolar-se não é escolha, é incapacidade. De igual modo, pense que estar sozinho pode ser positivo, mas sentir-se sozinho pode ser fator de risco e precisa ser visto com atenção.

 

Paulo Veras é mestre em educação, psicólogo clínico e organizacional, psicanalista, pedagogo, escritor e faz palestras, especialista em educação especial e inclusiva, especialista em docência do ensino superior e professor universitário em Goiânia-GO


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