terça-feira, 23 de março de 2021

PODEMOS FALAR MUITO EM SILÊNCIO

 


Falamos muito e ouvimos pouco, porque não somos educados a compreendermos a grande necessidade que é ouvir o outro ou deixar que ele fale. Não ouvimos a nós mesmos e sobretudo não ouvimos aos outros e assim, travamos grandes discussões e poucos diálogos.

Estamos vivendo o tempo em que todos tem o que dizer, onde todos tem razão e quase ninguém está errado. Vivemos em um tempo, onde quando menos se sabe sobre algo, mas se tem a dizer sobre ele e isso afeta as nossas relações em todas as esferas.

O problema é sempre do outro e quase nunca nosso. A impressão, é que há uma necessidade de se dizer tudo, como se fosse uma obrigação e de não se escutar nada. Carlos Drummond (1902 – 1987) nunca este tão oportuno quando disse que “se o meu verso não deu certo, teu ouvido é que entortou”, ou seja, temos uma facilidade de entortar tudo aquilo que não concordamos ou que não combina com os nossos ideais.

Vivemos em uma neurose coletiva e com isso, dizemos lá no fundo, que somos mais importante que o outro, temos razão e temos direito. Esse comportamento nos tira o verdadeiro significado da escuta que é o de compreender a fala do outro e não o de retrucar ou de discordar do pensamento do outro.

Precisamos entender que o equilíbrio está entre procurar compreender e buscar ser compreendido. Isso requer exercício e muita coragem. O equilíbrio pode ser o silêncio que falta, que muitas vezes incomoda e que é difícil de ser respeitado.

O silêncio que requer tempo e olhar pra dentro como forma de ver nossas lacunas e nossos excessos, como forma de cuidar de nossa saúde mental, hoje tão negligenciada pelos barulhos, ruídos e excessos de palcos e plateia. O silêncio da solidão necessária, reflexiva e difícil, pois exige uma conexão conosco mesmo.

O silencio que dá medo de descobrir emoções, fraquezas e insatisfações que o barulho de falar muito esconde de nós.


Paulo Veras é mestre em educação, psicólogo clínico e organizacional, psicanalista, pedagogo, escritor e faz palestras, especialista em educação especial e inclusiva, especialista em docência do ensino superior e professor universitário em Goiânia-GO.

            

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