Embora pensemos que se aprende a falar na infância, levamos
uma vida inteira aprendendo a falar. É um exercício contínuo que por mais que
exercitamos nunca estamos aptos a fazê-lo em sua totalidade.
Falar vai muito além de emitir sons, nomear pessoas e
objetos, decifrar símbolos e estabelecer algum tipo de comunicação. Falar é
algo mais profundo. Falar requer a compreensão de pausas, de momentos, de
situações e de oportunidades.
Aprender a falar é conseguir em partes dar nome aos seus
sentimentos e com isso, tentar conviver melhor com eles. É pela falta do auto
conhecimento sobre o falar que vezes por outras somos atravessados por aquilo
que falamos.
É pela falta de preparação sobre como falamos que criamos
situações de embaraço emocional, assim como, por imaginarmos que podemos falar
a nossa verdade a todo custo, que alguns estão pagando um preço doloroso.
Nunca se fez tanto barulho como se faz agora. Nunca tivemos
tanta informação como estamos vendo. Nunca se falaram tanto, como atualmente.
No entanto, nunca se ouviu menos, como agora. Estamos cada vez menos prestando
atenção nas pessoas e com isso desprendendo cada vez mais como.
Paulo Veras é mestre em educação, psicólogo clínico e organizacional, psicanalista, pedagogo, escritor e faz palestras, especialista em educação especial e inclusiva, especialista em docência do ensino superior e professor universitário em Goiânia-GO.