Preste atenção, porque as vezes se leva um tempo
para entender mesmo. É exatamente o oposto: a maneira como as pessoas te tratam
é que vai despertando em você, sentimentos bons ou ruins; emoções ajustadas ou
não; empatias ou antipatias.
Acontece que a sua vontade de dar certo é tão
grande que vira teimosia. Você idealizou tanto algo (romance, amizade) que nem
percebe como o outro está te tratando e com a sua permissão. Isso é sempre
muito importante e não deve jamais ser interpretado como “é o jeito dele” ou
“uma hora ele muda”.
Perceba que muitas vezes não há sentimento nenhum
envolvido. O tratamento que você recebe é apenas em função da sua serventia e
da utilidade que você tem e quando isso deixar de existir o “sentimento” que
você pensava ter do lado de lá, também acaba.
Então, pare de imaginar que essa relação vai dar
certo, só porque você se doa completamente e tem o maior sentimento possível, é
fiel e comprometido. Até quando você consegue carregar essa relação só? Não é
te tratar de um jeito bom somente, mas é te tratar do jeito que você merece, de
forma consciente e madura e isso te deixa bem.
Fique de olho, na maneira como a tratativa do
outro te deixa: tem te melhorado ou tem te deixando mal? Fique de olho nas
reações e atitudes com as suas conquistas, suas derrotas, seus projetos e suas
limitações. É na prática que as pessoas mostram o que sentem por você. As
atitudes são sempre muito reveladoras, mas sua carência costuma te deixar cego.
Por fim, não esqueça, que enquanto você der
plateia para as pessoas te tratarem mal, você estará permitindo elas te ferir e
isso não tem nada a ver com sentimento e sim com sofrimento.
Paulo Veras é mestre
em educação, psicólogo clínico e organizacional, psicanalista, pedagogo,
escritor e faz palestras, especialista em educação especial e inclusiva,
especialista em docência do ensino superior e professor universitário em
Goiânia-GO.