segunda-feira, 3 de abril de 2023

HÁ SEMPRE CRIANÇAS FERIDAS ESCONDIDAS EM ADULTOS DIFÍCEIS

 


A visão e a maneira como passamos a ver a criança, o infantil, bem como as suas representações, passaram a ser reveladas por Freud (1907/1976), quando disse que a criança sente tristeza, solidão, raiva, desejos destrutivos, vive conflitos e contradições, é portadora de sexualidade, escapa ao controle da educação e “[...] é capaz da maior parte das manifestações psíquicas do amor, por exemplo, a ternura, a dedicação e o ciúme.”

Foi a partir de então, que a psicanálise, traz um novo olhar sobre o ser humano, não como indivíduo (somente), mas também como marca de um passado, formado e significado pela sua infância. Sendo assim, a infância não se trata somente de uma fase na nossa formação, mas nos ajusta e nos marca pelo inconsciente, que é inquietante, impreciso e em construção.

Portanto, o que acontece na infância, não fica lá. Algumas marcas permanecem por longos anos e podem atrapalhar muito a idade adulta. Já pensou, por exemplo, quanta dor temos guardada, quando decidimos machucar alguém? Ou, já pensou, o gasto emocional que fazemos para não enfrentar e dar nomes a certas emoções reprimidas, que acabam saindo em forma agressão e escolhas mal sucedidas? Tem pensando, que os maus tratos que subjugamos a nós mesmos e aos outros, refletem muito à maneira como fomos castigados como forma de educação?

O medo de ser abandonado que vivenciamos na infância, o medo de ser rejeitado, a humilhação a que fomos submetidos, a falta de confiança, a ansiedade da separação, o medo da traição e a injustiça, por exemplo, escondem questões mais profundas, sempre associadas à nossa necessidade constante de acolhimento, aceitação, pertencimento e importância.

Sobre os fatos do passado não há anulação, mas é importante saber que podem ser ressignificados. Precisam ser elaborados para não ser repetidos. Não podemos mudar o que passou, mas podemos modificar o que está por vir. Quem manda no adulto é a criança e é sempre bom que a criança seja bem educada e que não aja pelo impulso.

 

Paulo Veras é mestre em educação, psicólogo clínico e organizacional, psicanalista, pedagogo, escritor e faz palestras, especialista em educação especial e inclusiva, especialista em docência do ensino superior e professor universitário em Goiânia-GO

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