Você já deve ter vivido a sensação
de que as pessoas não tem tempo para nada e ninguém. Inclusive para você. Na
verdade, tempo elas tem. Acontece que todos nós criamos, ainda que
inconscientemente, uma lista onde colocamos aquilo que consideramos importante
ou aquilo que chamamos de essencial. Nesta lista se coloca também aquilo que é
importante, inclusive de maneira agendada, organizada.
Com o amadurecimento da vida e das experiências de
cada um, vai se encaixando neste tempo, aquilo que foi colocado na lista: pode
ser alguns relacionamentos, amigos, o trabalho, os estudos... para estes, vai
se achando tempo, encaixando ali, ajustando acolá. Para estes, o tempo dá.
É com o passar do tempo também que você aprende
que não está na lista de algumas pessoas, de alguns compromissos, de alguns
acontecimentos. Geralmente, você descobre isso, quando precisa questionar se
faz parte ou não da lista de prioridade dessas pessoas.
Mas também amadurece, quando entende que precisa
tirar da sua lista, algumas pessoas e acontecimentos que em algum tempo foram
prioridades, que foram importantes ou essências. Esse momento é libertador.
Libertador, porque você para de justificar a
indisponibilidade do outro. Libertador porque você aprende que quem quer acaba
arrumando um tempo, um jeito, um encaixe; da mesma forma que quem não quer
arruma uma desculpa ou uma justificativa, pela décima vez.
É libertador porque você para de insistir e de
correr atrás de quem você provavelmente não vai alcançar. Aprende que ninguém
(absolutamente ninguém) está o tempo todo sem tempo. Já se perguntou se esse
tempo que falta, falta só para você? Ei, o segredo é que se falta tempo para
você, então sobram razões para ir embora.
Se priorizar, essa é regra!
Paulo Veras é mestre em educação, psicólogo clínico e organizacional,
psicanalista, pedagogo, escritor e faz palestras, especialista em educação
especial e inclusiva, especialista em docência do ensino superior e professor
universitário em Goiânia-GO.