quarta-feira, 25 de junho de 2025

A ANGUSTIA É O ÚNICO AFETO QUE NUNCA ENGANA

 


Sim, para Lacan (1962) a angústia é um afeto, embora para ele esteja no campo de uma perturbação e não de um sentimento, pois é o sinal da divisão do sujeito entre o desejo e o seu gozo. Afeto, este, de suma importância, pois existe para nortear o sujeito e por isso mesmo, ela nunca engana.

Já para Freud (1926), a angústia é sinal da relação do sujeito com certo objeto, está no campo do real e atravessa o sujeito em sua realidade. Ou seja, é do real que a angústia traz o recado.

A angústia em suas mais variadas manifestações, está presente em todos os humanos e aparece como uma experiência universal, cheia de sentidos e significados que vão desde um simples desconforto até algo visceral que foge ao campo da explicação lógica. Assim, a angústia é uma experiência singular que escapa a simples associações e a questões concretas.

No campo da psicanálise, ela pode atuar em duas frentes: em primeiro plano pode ser entendida como a manifestações de conflitos reprimidos que voltam à consciência do sujeito, em formas confusas e não elaboradas. Em segundo plano, ela pode assumir uma função protetora, e age como uma sentinela, alertando o ego diante de ameaças, interna ou externas. Sendo assim, ela tem o poder de paralisar o sujeito ou de levá-lo a enfrentar a realidade.

Embora seja uma experiência dolorosa para o sujeito, é através dela que se relava a vitalidade psíquica do sujeito, mostrando a sua capacidade de transformar-se. É a partir dela que se pode ter uma compreensão mais aprofundada de si mesmo, explorando traumas passados, conflitos não resolvidos e desamparas que ainda buscam por amparo. Portanto, é necessário se ter uma dose de angústia para sobreviver.

Paulo Veras é doutorando em educação; mestre em educação; psicólogo clínico e organizacional, psicanalista, pedagogo, escritor e faz palestras, especialista em educação especial e inclusiva, especialista em docência do ensino superior e professor universitário em Goiânia-GO

A ANGUSTIA É O ÚNICO AFETO QUE NUNCA ENGANA

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