Os dois foram educados juntos. Nasceram praticamente juntos e foram criados na mesma rua. Brincaram de queimadão, bete, amarelinho, bandeirinha, pique-esconde e onde estava um, podia logo ser ver o outro. Foram para a escola com a mesma idade e ficaram juntos na mesma sala. Brigaram algumas vezes, mas nunca se separavam.
Possuíam uma diferença social. Os pais dela eram funcionários de uma grande empresa particular e apesar de não serem ricos, tinham um carro, moravam em uma casa melhor, além de frequentarem lugares da alta. O pai dele, tinha uma pequena oficina mecânica e junto fazia alguns bicos por fora. Andavam de ônibus ou bicicleta. Sua mãe cuidava da casa, que não era muito grande nem das mais luxuosas.
Com o passar do tempo, a família dela mudou do bairro onde sempre moraram. O novo bairro era distante e automaticamente perderam o contato um com o outro. Ela cresceu, ficou moça, teve a primeira menstruação, fez festa de aniversário, fez novos amigos, mudou de escola, fez vestivular, criou lindos seios e esqueceu-se dele. Do outro lado da cidade, ele também cresceu, continuou com os mesmos amigos, continuava na oficina do pai, colocou um brinco na orelha esquerda, parou de estudar, experimentou maconha, teve a primeira vez, perdendo a virgindade quase que frustradamente. Não esqueceu-se dela.
Certo dia ele foi ao banco - o que dificilmente fazia - e a encontrou por lá. Apesar de fazer piano na universidade, estava trabalhando no caixa dessa agência. Só quando chegou ao fim da fila, é que se reconheceram. Ficou sem graça, devido ao seu estado, agora com cabelos compridos, barba por fazer e com outro brinco. Falaram-se rapidamente e depois de muita insistência dela, foram tomar um lanche no intervalo. Ela pagou o lanche.
Se contaram tudo. Ela continuava bela e inteligente. Disse-lhe que continuava virgem e não havia encontrado o seu príncipe encantado. Estudava muito e planejava ir para a Europa fazer estágio de piano. Ele também lhe queixou a falta da princesa, falou da sua primeira vez, que foi na escada do colégio onde havia parado de estudar. Disse da maconha, dos brincos e da bandinha de rock que havia tentando montar. O tempo dela acabou. Se abraçaram e prometeram se telefonar.
O tempo passou e nunca se ligaram. Suas mães certa vez se encontraram e ele ficou sabendo que ela havia ido para a Europa, fazer o estágio. Enfim, suas esperanças haviam chegado ao fim. Vinte e cinco anos que haviam ido embora e a mulher que ele tanto amava, tinha se ido para longe. Por certo se casaria, iria pra uma grande orquestra e de uma vez por todas iria esquercer dele.
Sete anos depois, após ter trocado o pneu de um carro, na mesma oficina, ele depara-se com uma mulher linda, alta, educada, cabelos cacheados e ele nao teve duvidas: era ela mesma. Conversaram um pouco, falou-lhe da Europa, da música, disse que agora era casada e ele nada disse. Não resistiram. Completamente nus, se amaram sobre o capô do carro em "concerto". Foi a melhor transa da vida dele.
Paulo Veras é psicólogo clínico e organizacional, psicanalista, especialista em educação especial e inclusiva e professor universitário em Goiânia-GO.
Possuíam uma diferença social. Os pais dela eram funcionários de uma grande empresa particular e apesar de não serem ricos, tinham um carro, moravam em uma casa melhor, além de frequentarem lugares da alta. O pai dele, tinha uma pequena oficina mecânica e junto fazia alguns bicos por fora. Andavam de ônibus ou bicicleta. Sua mãe cuidava da casa, que não era muito grande nem das mais luxuosas.
Com o passar do tempo, a família dela mudou do bairro onde sempre moraram. O novo bairro era distante e automaticamente perderam o contato um com o outro. Ela cresceu, ficou moça, teve a primeira menstruação, fez festa de aniversário, fez novos amigos, mudou de escola, fez vestivular, criou lindos seios e esqueceu-se dele. Do outro lado da cidade, ele também cresceu, continuou com os mesmos amigos, continuava na oficina do pai, colocou um brinco na orelha esquerda, parou de estudar, experimentou maconha, teve a primeira vez, perdendo a virgindade quase que frustradamente. Não esqueceu-se dela.
Certo dia ele foi ao banco - o que dificilmente fazia - e a encontrou por lá. Apesar de fazer piano na universidade, estava trabalhando no caixa dessa agência. Só quando chegou ao fim da fila, é que se reconheceram. Ficou sem graça, devido ao seu estado, agora com cabelos compridos, barba por fazer e com outro brinco. Falaram-se rapidamente e depois de muita insistência dela, foram tomar um lanche no intervalo. Ela pagou o lanche.
Se contaram tudo. Ela continuava bela e inteligente. Disse-lhe que continuava virgem e não havia encontrado o seu príncipe encantado. Estudava muito e planejava ir para a Europa fazer estágio de piano. Ele também lhe queixou a falta da princesa, falou da sua primeira vez, que foi na escada do colégio onde havia parado de estudar. Disse da maconha, dos brincos e da bandinha de rock que havia tentando montar. O tempo dela acabou. Se abraçaram e prometeram se telefonar.
O tempo passou e nunca se ligaram. Suas mães certa vez se encontraram e ele ficou sabendo que ela havia ido para a Europa, fazer o estágio. Enfim, suas esperanças haviam chegado ao fim. Vinte e cinco anos que haviam ido embora e a mulher que ele tanto amava, tinha se ido para longe. Por certo se casaria, iria pra uma grande orquestra e de uma vez por todas iria esquercer dele.
Sete anos depois, após ter trocado o pneu de um carro, na mesma oficina, ele depara-se com uma mulher linda, alta, educada, cabelos cacheados e ele nao teve duvidas: era ela mesma. Conversaram um pouco, falou-lhe da Europa, da música, disse que agora era casada e ele nada disse. Não resistiram. Completamente nus, se amaram sobre o capô do carro em "concerto". Foi a melhor transa da vida dele.
Paulo Veras é psicólogo clínico e organizacional, psicanalista, especialista em educação especial e inclusiva e professor universitário em Goiânia-GO.
12 comentários:
Nossa o final do post foi ao mesmo tempo que trágico se é que se pode dizer assim, mas tb devastador por assim dizer, essa é a força do amor.
Abraço
Que história...Será que existe algum vínculo com a realidade?
hehehehehehe.
Abraço. até mais.
Adorei o final da história! hehehe.
Eu tive uma amiga de infancia... passamos a infancia juntos até nossos 9 anos, depois primeiro ela e depois eu nos mudamos de predio. Fomos nos reencontrar por coincidencia aos 15 anos na mesma sala da escola. Aos poucos voltamos a amizade mas é só amizade mesmo.... nao queremos sexo um com o outro hehehe.
POxa, que final mais surpreendente. Amei!
De conto de fadas não tem nada, isso não é difícil acontecer.
Final duplamente triste, com um amor que não aconteceu, e uma traição no lugar mais inapropriado (Sim, eu sou um pé-no-saco quanto à traição).
Obrigado pela leitura assim realistica.
Abraço e continuadas invenções.
Jason
Com mais tempo falarei sobre minhas opiniões e pontos de vista, serão provavelmente inesperados e um pouco acontemporâneo. Agora somente um boa sorte na empreitada e feliz pelo contato.
Abraço forte. ELizeu Pimenta
Nossa, que história interessante! Eu gostei do que vi aqui!
Obrigado pela visita!
Uau..porque isso não aconteceu antes? o que faltou? coragem? experiência?
Será que agora tudo acaba? O amor da vida, vira só sexo?
E ela?
Bem sou muito rígida rs
Isso deve ser só uma história, mas é que pra mim, não é fácil só sentir e deixar rolar.. pra mim , toda ação traz consequências...
Eu fico chocado quando, hã, transam. Estou chocado até mesmo com o que eu acabei de falar.
Existem alguns (um) reecontros que
gostaria de viver... meu medo é ser vazio e cheio de "agora é tarde".
Abrãção
História boa... pena que a vida é assim...sempre gostamos de pessoas que estão longe... mas o "sexo" não é a realidade deles, pq logo ela se vai e ele fica como estava...aproveitaram o momento... Beijos!
www.fashionandmanagement.blogspot.com
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