quinta-feira, 20 de agosto de 2009

NÓS QUE AQUI ESTAMOS, POR VÓS ESPERAMOS


Nessa semana revi esse documentário/filme, acredito que pela 7ª vez. O mais impressionante é que o mesmo se torna novo todas as vezes. Marecelo Masagão foi quem produziu essa obra em 1998 e logo em seguida, foi premiado no Festival de Gramado-RS. Marcelo partiu da História e da Psicanálise para fazer as montagens do filme, usando cenas do século XX. Possui uma trilha sonora muito especial e não possui uma só palavra durante todo o filme.

Mas só por isso, já seria uma grande obra. O que de fato é espetacular no filme é a forma como é trabalhada a questão da morte. O autor, grava algumas cenas no portal de um pequeno cemitério e a sensibilidade como as imagens são colocadas, nos levam a pensar muito sobre o sentido da vida, embora o mesmo fale de morte.

Quando Marcelo, toca em um dos assuntos mais importantes para o ser humano que é a morte, e que ao mesmo tempo é um assunto onde poucos gostam de falar, ele nos leva a ver a relação vida/morte com outros olhos. Nos é oferecido uma reflexão sobre as mazelas, maldades e corrida ambiciosa do homem enquanto vida, ao mesmo tempo que nos diz: Tudo acaba lá, no cemitério.

Nem por isso, alguns diriam; "Se o fim é um só, porque então trabalhar, viver, conquistar, lutar..." Pelo contrário! O filme nos diz: "Já que o futuro é um só, vamos então ser bom, lutar, fazer o bem, amar e deixar um legado de paz". É como, se, quando vermos lá homens e mulheres do seculo XX e o seu legado, perguntássemos: "E eu?"

No fim, todos estão lá. No fim, todos se igualam. No fim, todos precisam elaborar o luto. No filme, o autor consegue trazer a fragilidade da humanidade, e os frágeis limites que todos nós somos submetidos todos os dias, embora achando que somos fortes demais. Pra entender o sentido da vida, precisamos de vez em quando, tentar enteder o sentido da morte. afinal, Freud nos alertou que passamos toda a vida, buscando por ela. Sobrevivemos por um fio. O filme, tenta nos passar toda essa realidade.

Fica então, minha indicação. Se o fores assistir, assista sem armas; veja-o desarmado. Se preciso for, use o pause varias vezes. O assunto não é trasch, não é assustador. O assunto é necessário.

Paulo Veras é psicólogo clínico e organizacional e professor universitário em Goiânia-GO.

10 comentários:

Paulo Roberto Figueiredo Braccini - Bratz disse...

parabéns ... este filme, fundamentado em um formato de documentário é uma das obras primas do cinema ... fantástico ...

bjux

;-)

Lucad disse...

Como assim bial, eu ainda nao assisti este filme? hare babadi! tou me sentindo o "iginorante".

Sobre o seu post, eu discordo (apesar de ser uma frase isolada) de que "tudo acaba li", no cemitério. (ponto).

Interesssante é que hoje (20/08) assisti ao penultimo capitulo de SENHORA DO DESTINO (reprise) e o mote central do capitulo foi a morte do Naldo (filho primeiro da protagonista) e o Aguinaldo Silva (autor) aproveita esse gancho para reconciliar seus personagens que passaram a trama brigando, tramando e trazendo a reflexão do quanto a vida é rapida demais, veloz demais, piscar de olhos demais (exceção da ótima Nazaré que não perdoou ninguem, nem os "flageladinho e a anta nordestina" (risos).

Atualmente estou lendo CARTAS ENTRE AMIGOS e trata, dentre outros assuntos, este tema tão perturbador.

Não sei se voce lembra de uma frase no filme TROIA onde há um diálogo e o "Pitty" diz: os deuses invejam os homens porque os homens não são eternos, eles só podem viver o momento presente. Que possamos entender o destino.

Interssante que em determinado momento voce diz para dar um "pause", se necessário. Eu acho que a morte é um "pause", só que fechamos os olhos e não podemos voltar no "play", não nessa dimensão. Ainda bem que existe um Deus, que não nos trata como brinquedos (quando velho ou estragado joga fora ou coloca outro no lugar). Fomos feitos para muito mais que isso, fomos feitos para sermos plenitude - e plenitude é complexa demais para a razão explicar.

Nossa, como já escrevi (férias dar nisso). Mais vou finalizar pensando numa frase do Max Lucado em seu livro QUANDO CRISTO VOLTAR, ele diz: o cemitério é um local onde se plantam pessoas. Todas as sementes ali plantadas brotarão, umas para felicidade eterna e outras...

Que possamos reconhecer nossa pequenez em relação à grandeza maior do universo. "Tu és grande, sou pequeno; mais respeitas meus limites" (uma das melhores frases do Carlos A. Moyses).

Unknown disse...

A primeira vez que assisti fiquei muito (bem)inpressionado.Realmente uma obra prima,que infelizmente muito poucos conhecem.Esse é um filme feito de uma maneira completamente "anticonvenconal"! e brilhante.Parabéns por divulgar.Um abraço.

EDUARDO POISL disse...

FELICIDADE!

Quando o vento bater à sua porta,
Abra devagar,
Para deixa-lo entrar
Pense quanto de bom poderá receber,
Se estiver pronto para tal,
Mas as conquistas diárias
Estamos sempre apostando tudo
e a cada recomeço,
Percebemos, o quanto é gratificante,
Estar pôr perto de quem se gosta de verdade,
Sua simpatia,
Corresponde o momento de felicidade
e transborda de alegria
o coração de quem recebe.

(Roseli Alcântara)

Desejo toda a felicidade neste final de semana,
Um grande abraço.

Sex and the city Tupiniquim disse...

Olá... demorou mais retribuí o alô que me deu lá no blog!!!

Não consigo assistir sem armas... já lí oq ue escreveu e vou fácil com preconceitos (não cosngio mentir)... ahauahua
inté!!!

DoUgLaS BaRrAqUi disse...

Ola caríssimo amigo Paulo...

este filme realmente não assisti mas pela sua orientação, irei proucurar no na videoteca da UFES.

Um grande abraço amigo.
Fique bem, fique com Deus!
muitas alegrias em decorrência do sucesso!

Paulo disse...

Há filme que "marcam".

Abraço
Paulo

PORTUGAL

@JayWaider disse...

Oi Paulo,
Tudo bem? Então vc esteve por aqui e nem tivemos oportunidade de nos encontrar, naquele período eu estava passando por um turbilhão de coisas, acho que vc ficou sabende de alguma forma. Obrigado pelo carinho e amizade e por passar sempre pelo Ká entre nós. Gostei da indicação do filme. Vou ver sim. Ao ler o post e vc falando dessa relaçãovida/morte, me lembrei, não sei por que do livro : A última grande lição.
Abraço migo.

Anônimo disse...

Eu li o blog primeiro, depois vi o filme. De fato é muito bom e eu também tive que chorar em algusn momentos, vendo a realidade humana. Valeu demais.

Susy

Anônimo disse...

ola paulo!!!! venha à veneza dos trópicos!!!! hehe. adoro!!!! o filme do marcelo massagão! e a trilha sonora do win mertens é genial!!!

abraços!!!!

apareça sempre!

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