terça-feira, 11 de agosto de 2009

AGALMATOFILIA


Não fosse pelo nome, seria mais fácil entender. Mas pelo fato de não ser tão fácil a pronuncia, não quer dizer que não seja comum em nossos dias. O Agalmatofílico é a pessoa que tem apêgo muito grande ou uma grande admiração por estátuas. Claro que trata-se de uma parafilia sexual, onde o sujeito não encontra o prazer necessariamente no orgasmo, mas sim em outra atividade com esse objeto. É uma pervesão sexual.

Quando falamos em tal comportamento, nota-se o susto das pessoas e logo o olhar de discriminação. Mas mal sabem elas o quanto é comum em nossos dias, os comportamentos agalmatofílicos. Há pessoas que só se sentem bem ao lado delas. Só se sentem bem convivendo com elas.

Refiro-me a relacionamentos, onde uma das partes envolvidas é literalmente uma estátua. Falo de uma estátua viva, que fala, anda, trabalha, relaciona-se, e "namora". Mas seu sentimentos não permeiam esse relacinamento, tamanho é a sua frieza. Conviver com uma estátua, é conter-se com uma vida sem graça, sem sentimentos, dotados de uma indiferença absurda.

Os namorados de estátuas, geralmente acostumam-se à gélida sensação de estar acompanhados. Na verdade, os agalmatofílicos também. Para eles, a estátua possui todas as funções de uma verdadeira pessoa e a até mesmo o silêncio petrificado delas, é sedutor. As pessoas que vivem tal relacionamentos, embora não sejam, comportam-se como estátuas imóveis, plantadas, frias e manchadas pelo tempo.

Há relacionamentos de estátuas. Por certo você conhece alguém assim. O calor e o sentimento que faz uma vida a dois movimentar-se, acaba cedo, embora o "estar juntos" mantenha-se de pé. Dificilmente estátuas vão ao chão. Um relacionamento onde uma das partes é uma estátua, é algo exato, frio, racional, milimetricamente medido, sem emoção, paixão, chato, muito equilibrado. Completamente desinteressantes.

Com o tempo, um dos pares se acostuma. Sem sexo, sem vida, sem palavras, sem abraço, sem afeto, sem demonstração de carinho, sem ninguém do lado. Acostumam-se à tortura. São torturados. São agalmatofílicos.


Paulo Veras é psicólogo clínico e organizacional e professor universitário em Goiânia-GO.

15 comentários:

Paulo Roberto Figueiredo Braccini - Bratz disse...

taí ... não conhecia o termo e achei sensacional e extremamente pertinente esta sua contextualização sobre o tema ... riquíssima e super didática ... acho que servirá de espelho para muitos e quem sabe até para uma reflexão sobre suas relações com consequentes mudanças para melhor ...

parabéns ...

;-)

Caio Marques disse...

Que doideira! Nunca imaginei que existisse isso... a mente humana é complicada mesmo...

Vc ta aqui na minha terra? hehehe... onde? qd? veio fazer o q?

abçs

Paulo Roberto Figueiredo Braccini - Bratz disse...

Olá querido ... é só copiar a imagem do sêlo, salvar no seu pc e fazer um post com ela ... depois na coluna lateral do seu blog em lay out vc adiciona uma gadgest com a imagem e alguma referência sobre o selo que vc queira ...

bjux

;-)

Eu, Thiago Assis disse...

nunca tinha escutado falar desse tipo de apego, muito menos dessa palavra... mas lendo a explicação, definitivamente eu nao tenho agalmatofilia.
=]

Átila Goyaz disse...

hunn
interessante isso... qse vivi esse tipo de coisa mas, pulei fora rs!
Adoro teus textos, sempre inteligentes!
abração ae...:)

Rond disse...

Tbm não conhecia esse termo, achei muito interessante.
Hj muitos relacionamentos são assim, cabe a quem o vive, saber se uma estátua do lado lhe cai bem!
Abração!

Thiago Maia disse...

Pow, interessante esse termo, nunca tinah escutado sobre... E pode seguir sim, estou fazendo isso com o seu blog.

Boa noite, abraços!

Dil Santos disse...

Olá, tudo bem?
Legal o post, apesar de que quem está por fora pensa que alguém, com essa pequena tara, digamos assim, é louca né? rsrsrs
Infelizmente alguns relacionamentos acabam chegando a essa frieza "estátua/homem".
Um pena por sinal.

Abraço
:)

EDUARDO POISL disse...

Ninguém tem culpa
Daquilo que não fomos
Não ouve erros

Nem cálculos falhados

Sobre a estipe de papel;
Apenas não somos os calculistas
Porem os calculados

Não somos os desenhistas
Mas os desenhados
E muito menos escrevemos versos
E sim somos escritos

Ninguém é culpado de nada
Neste estranhar constante
Ao longe uma chuva fina
Molha aquilo que não fomos...

Autor: Desconhecido
Um lindo final de semana com todo carinho para você.
Abraços

DoUgLaS BaRrAqUi disse...

OLa meu caro amigo Paulo...
indiquei seu blog para o selo
Master Blog acesse (http://dougnahistoria.blogspot.com/2009/08/mais-premiomeu-amigo-dan-selo.html)

Um grande abraço amigo!

Anônimo disse...

Paulo Veras, é muito bom ler o que você escreve, pois mesmo se tratando de um assunto sério e um pouco complicado, você consegue linca-lo com a realidade e o mesmo se torna simples e de fácil compreensão. Obrigada por isso.

Amanda

Ira Buscacio disse...

Olá, Paulo!

Fiquei fascinada com esse espaço e com a forma que, temas tão discutíveis, são bem abordados.
Vou segui-lo e visita-lo sempre.
Realmente, não conhecia o termo, mas sem dúvida, já observei várias situações desses relacionamentos.
A estátua esta doente e quem a carrega também.
Parabéns! Um abração.

Bruno disse...

É aquela migalhazinha né? Minima... Qualquer coisinha já tá bom pra não ter que saber que vai ser ruim sozinho.

Anônimo disse...

Ta aí, mais um para a coleção....continuo com a mesma opinião e acho que esta para nascer alguém que faça-me mudar de ideia....os psicologos(as) gerlamente para namorar não servem são uns chatos desde que estejam respirando.

veroca disse...

Sem sexo, sem vida, sem palavras, sem abraço, sem afeto, sem demonstração de carinho, sem ninguém do lado. Acostumam-se à tortura. São torturados. São agalmatofílicos.
É triste, pensar que existem tantos pares que adotam este comportamento, e vivem anos e anos assim. Tenho uma dúvida:Em um relacionamento se os agalmatofílicos são os autores, qual seria a denominação das vítimas? Ou ambos seriam agalmatofílicos?
Parabéns, Paulo
Bj
Vera

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