quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

MÁSCARAS


Tempos atrás, meu amigo blogueiro, Douglas Barraqui, cujo o blogger é http://dougnahistoria.blogspot.com/2009/12/mascaras.html me convidou para escrever algo para o seu excelente blogger. Na ocasião escrevi o que você lerá abaixo. Obrigado pelo privilégio Douglas.


Todos nós as usamos. Sejam de vez em quando, seja diariamente. Todos nós temos uma porção delas. As máscaras, se tornaram acessórios essenciais para nossa sobrevivência. São usadas para disfarçar uma séria de verdades: a idade, nossa verdadeira identificação, nossa identidade, nossa natureza e até nosso espírito. Podemos usa-lás no carnaval, nas festas, nas noites, no trabalho, em casa, nos relacionamentos. Sem dúvidas, as máscaras são poderosos meios de defesa.

Mas as máscaras mais perigosas, são aquelas que usamos no dia-a-dia; aquelas que não tiramos em nenhum momento. São aquelas que não são mais adereços e sim, parte fundamental de nosso caráter, de nossa personalidade. Estão tão impregnadas em nossa vida, que só não disfarçam, como transformam-nos.

Quer seja na história, quer seja na poesia, na arte, lá estão elas. A máscara possui para cada um, um significado próprio, que vai desde o sentido religioso, até o mais pessoal possível. Pode se manifestar-se desde o sagrado, até o profano, do mais cruel até o mais bondoso, do bem até o mal, indo do fraco até o mais forte.

O mais interessante das máscaras, é o poder que elas tem, de esconder o real, o que fato acontece e que por algum motivo, queremos que os outros não vejam. As máscaras são feitas, de acordo as ocasiões e os destinos. Não estão ligadas somente aos grupos, mas também aos desejos e anseios.

E nas relações é que elas de fato se fundamentam. São tão usadas que nunca conhecemos de fato quem está do nosso lado, dormindo conosco e comendo à nossa mesa. De tanto termos máscaras do lado, e que temos a necessidade de criarmos as nossas. A aceitação pela sociedade, através do que somos, só pode se dar através delas. É por isso que encontramos tanta gente que esconde, teima, mente, finge, descarta, aceita, cobra, nega, sorrir, estigmatiza, esquece e por ai vai.

Há os que escondem-se por sua própria vontade; outros vivem ocultos sem saberem disso; e por fim, os que de fantasia se sustentam e sobrevivem. Elas são necessárias. Precisamos delas. Mas como nos bailes que acontecem no ano, elas não podem ser usadas o tempo todo. Precisam ser descartadas de vez em quando e dar lugar à nossa verdadeira identidade.


Paulo Veras é psicólogo clínico e organizacional, psicanalista e professor universitário em Goiânia-GO.

8 comentários:

DoUgLaS BaRrAqUi disse...

Ola meu caro amigo,

usei seu artigo como dinâmica em um turma de 8ª série. Ficaram fascinados e, ao mesmo tempo, foi doloroso em até certo ponto para eles quando descobriram que em muita das vezes não estavam sendo eles mesmos, ou sinceros com eles mesmos.

Sempre indico seu artigo ... diz muito.

Novamente está de parabéns meu amigo!

um grande abraço, e muitas alegrias em decorrência do sucesso para todos nós!

Paulo Roberto Figueiredo Braccini - Bratz disse...

querido "xará" demoras aparecer mas qdo aparece sempre nos brinda com sua sabedoria ... MÁSCARAS

"Há os que escondem-se por sua própria vontade; outros vivem ocultos sem saberem disso; e por fim, os que de fantasia se sustentam e sobrevivem. Elas são necessárias. Precisamos delas. Mas como nos bailes que acontecem no ano, elas não podem ser usadas o tempo todo. Precisam ser descartadas de vez em quando e dar lugar à nossa verdadeira identidade."

perfeito

bjux

;-)

Anônimo disse...

Olá, que bom fazer parte novamente do seu mundo!
Palavras tão fortes e tão ricas,realmente você tem um dom especial...
Vou repetir, se alguém acha que você estuda/ensina só ciência,é que ainda não conhece seu coração.
Abraço forte
SB

Anônimo disse...

MASCARAS... Temos uma porção delas, hoje de tão usa-las elas se confundem com as verdades.

MASCARAS ou BOA CONVIVÊNCIA? As vezes eu não sei onde termina uma e começa a outra, ou alias, acho que sei: a partir do momento que me agride, que eu me torno o outro, essa máscara passa a ser prejudicial, então procuro elimina-la.

Vivemos em sociedade e as MASCARAS são elementos importantes para uma boa política, para um relacionamento, para uma vida comum. Impossível não sorrir amarelo, abraçar por convívio... porém não podemos é deixar que as MASCARAS sejam eternas e que usa-las de forma prejudicial.

ALCY

Edilson Cravo disse...

Querido Paulo:

Maravilhoso o texto. Realmente o homem criou a máscara como subterfúgio para mascarar as reais intenções de viver com clareza e sinceridade. Nem todos enfrentam a vida de cara limpa e aceitam as pessoas e as circunstãncias. Lindo fim de semana...beijooooo
www.lua2gatos.blogspot.com

Unknown disse...

Olá meu amigo!

Como sempre, voçê nos brinda com tão verdadeiro artigo.
O uso das máscaras às vezes se faz necessária e quando nos livramos delas dando lugar à nossa verdadeira identidade, nos sentimos novamente livres...

Saudades!!!!!!
Mil beijos.
Francy.

@JayWaider disse...

Seus artigos são sempre muito positivos ja andei indicando tb.
O mais triste é perceber que até mesmos nós adultos e de certa forma "maduros" não rara as vezes usamos máscaras, mesmo que não seja o tempo todo, mas quando nos é conveniente, mas o mais paradoxal é que são nesses momentos que devemos a todo custo sermos honestos com a gente mesmo, e perdemos a chance.
Abraço nosso.

Unknown disse...

Oi Paulo...lembra de mim?Talvez sim, talvez não...isso não importa.Mas eu continuo admirando vc...a sua forma doce de expressar.. continua a brilhar...uau!que saudades....ainda bem que é um sentimento bom...porque parece enorme.Vou retomar a leitura de seus artigos...reencontrei você amigo!abraços

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