domingo, 1 de setembro de 2019

SE TE APAGA, NÃO TE APEGA



Com o tempo vamos conseguindo nos desapegar. É um exercício quase que diário e que requer uma boa dose de consciência. Quando temos a grandiosidade de abrir mão, de deixar ir alguns caprichos, entendemos o quanto nos alivia e o quanto é libertador. Isso serve para discussões, empregos, amizades, casamentos, objetos, famílias, filhos, vícios entre outros.

É claro que a angustia de conviver com a falta, nos amedronta e nos impede de arriscar. O apego que temos a alguns comportamentos e/ou pessoas nos faz, por exemplo, acreditar em algumas ilusões, como o medo da solidão, o medo de ser verdadeiro, o medo de não ser capaz e sobretudo o medo de não ter de novo outro objeto de amor.

Porém, independente de nossa vontade, precisamos compreender que a vida é construída de fases, etapas e ciclos e é importante saber o momento exato que cada um deles acaba. Forçar que algo continue depois de ter terminado é uma maneira cruel de prejudicar a nossa saúde mental. São com as experiências da vida que vamos nos permitindo e criando condições para remover tudo aquilo que nos torna mais pesado e que atrapalha a nossa ida.

Quando conseguimos nos desapegar, vamos entendo que não podemos permitir que nos apaguem e muitas vezes, nos apegar pode significar nos apagar. Vamos compreendo que as relações que não nos ajudam, com certeza nos atrapalham. Descobrimos que manter um relacionamento que nos mata aos pouco por medo da solidão, é uma loucura desnecessária. Entendemos que mudar o outro para que ele se encaixe na nossa fôrma é sofrimento que podemos evitar.

Vamos nos libertando e deixando ir, quem nos puxa para trás para deixar ficar somente quem quer ir conosco. Isso vai ressignificando as feridas e amenizando as dores, que insistem em nos lembrar que elas ainda não foram saradas. Com o tempo vamos deixando de nos atropelar e começando a nos dar o valor que tanto esperamos que os outros nos dê. Acredite: algumas pessoas ainda não aprenderam a se amar, não queira portanto, que elas te amem.

Paulo Veras é psicólogo clínico e organizacional, psicanalista, pedagogo, escreve e faz palestras, especialista em educação especial e inclusiva, especialista em docência do ensino superior e professor universitário em Goiânia-GO.

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