A maneira como somos amados na
infância é fundamental para determinar a maneira como lidaremos com os nossos
“amores” pelo resto das nossas vidas.
Em outras palavras, a criança
precisa sentir-se amada, para assim, aprender a empatia desde cedo, para aprender
a conhecer o seu amor próprio. É o afeto que recebemos na infância, que vai ser
o termômetro para as relações adultas, ou seja, não desenvolvendo uma carência
excessiva e patológica, nem, por outro lado, vendendo a imagem que somos imunes
aos afetos comuns nas nossas relações.
É com as figuras maternas e paternas
que vamos aprendendo a aprender o amor. Quando vamos crescendo, vamos
encontrando dificuldades em ser amado e em amar, da mesma maneira que vamos
encontrando dificuldades em eleger para quem vamos direcionar essa energia de
cuidado e de querer bem.
Portanto, é fundamental que
consigamos ir identificando essas lacunas deixadas na infância para que elas
não atrapalhem a maneira como nos vemos e como nos cuidamos. Quando não temos
essa consciência, colocamos no outro a obrigação de nos dar os sentimentos que
não deram lá atrás.
O perigo reside quando não temos o
discernimento de quem somos, e por isso, acreditamos que necessitamos
excessivamente do reconhecimento, da valorização e do amor do nosso par, ou o
contrário disso, quando acreditamos piamente que não precisamos do afeto de
ninguém. Agindo assim, estamos tentando suprir e compensar a falta do amor e do
afeto que nos faltaram na infância.
Então, carência demais pode nos
levar a uma busca desgovernada por um “amor” só para suprir o nosso vazio, bem
como, se imunizar aos afetos e às emoções, pode nos auto sabotar afastando a
possibilidade de vínculos e afetos. Observe que o seu amor-próprio relaciona-se
com o seu jeito de amar.
Não é importante apenas o amor que
damos aos outros, mas sobretudo o amor que damos a nós mesmos.
Paulo Veras é mestre em educação, psicólogo
clínico e organizacional, psicanalista, pedagogo, escritor e faz palestras,
especialista em educação especial e inclusiva, especialista em docência do ensino
superior e professor universitário em Goiânia-GO.
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