domingo, 8 de março de 2020

AS FRÁGEIS RELAÇÕES DO EXCESSIVO CULTO "AO EU".



Não é raro se ouvir: “É que eu tenho um gênio muito forte” e isso vai justificando a dificuldade que se tem cada vez mais de conviver em sociedade. 

Com frases desse tipo, você já deve ter visto comportamentos de baixa tolerância com a opinião de outros e da exigência que algumas pessoas fazem de sempre prevalecer as suas opiniões, interesses e pensamentos. Isso expressa o tamanho da arrogância que determinadas pessoas possuem, fazendo com que elas não se preocupem com o bem estar do outro, acreditando que a sua existência ali, é absolutamente necessária e encantadora.

Você já deve ter notado, que que a convivência com pessoas que pensam diferente de nós, tem sido uma tarefa difícil e que tem exigido um maior trato e habilidade, para que as relações não se tornem insuportáveis. A necessidade de auto promoção tem levado um bom número de pessoas a criarem bolhas em volta de si, permitindo acesso a elas, apenas aqueles que comungam dos mesmos propósitos. 

Por sua vez, as bolhas incentivam os comportamentos egoístas, negando a existência de que existem outros mundos fora da bolha criada. Conviver com a diferença tem sido uma tarefa exaustiva. O culto excessivo ao “eu” vem produzindo relações cada vez mais frágeis e solitárias, afinal, são pessoas que sentem prazer em se fechar pelo lado de dentro, enquanto buscam uma admiração pelo lado de fora. 

Perceber que as relações são construídas com a diferença, faz com que o sujeito vá percebendo que não é ele o centro das relações, mas que ele faz parte delas. Como em um quebra cabeças, o sujeito precisa conseguir identificar, através dos laços que vai estabelecendo, as suas singularidades, para só assim conseguir ver no outro aquilo que esta em falta ou está sobrando nele mesmo. É assim também que se cresce. 

O culto excessivo ao “eu”, educa sujeitos com uma baixa resistência a frustração, afinal nem sempre seus desejos serão atendidos, da mesma maneira que nem sempre terá controle sobre as situações.


Paulo Veras é psicólogo clínico e organizacional, psicanalista, pedagogo, escritor e faz palestras, especialista em educação especial e inclusiva, especialista em docência do ensino superior e professor universitário em Goiânia-GO.

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