Se fazer de vítima é um papel muito
fácil de exercer, isso porque há sempre situações que sugerem isso: nos
empregos, nas relações, na família, nos seus parceiros e até nos seus aliados.
Por isso não é raro ouvirmos pessoas falarem com revolta, sobre o modo como as
pessoas agiram com elas.
É natural, que aquele que se faz de vítima saia
contando ao maior número de pessoas sobre o seu sofrimento e seus dissabores,
para desse modo despertar o sentimento de pena e de amor daqueles que a
rodeiam. É fazendo com que seus aliados fiquem contra aqueles que o magoaram,
que ele vai se sentindo acolhido e amparado, ou seja, sendo vítima.
Existem benefícios para que a pessoa fique sempre
repetindo esse papel. Talvez o mais importante deles, é que, aquele se faz de
vítima, vai sempre responsabilizando o outro pelo seu sofrimento e pela suposta
situação em que se encontra. Sendo assim, é comum as pessoas se sentirem
obrigadas a reparar ou corrigir a dor que causou. Ele precisa de plateia, de
aliados e de alguém que o defenda.
Sempre joga sobre o outro a responsabilidade pelo
que aconteceu ou pelo que quer que aconteça. As relações vão ficando sempre
muito dependentes, pesadas e a sempre condiciona sua mudança: quando o outro
fizer isso, quando o outro fizer aquilo, quando me pedir desculpas, quando o
outro mudar... e assim, se fazendo de vítima o tempo todo, o tempo vai passando
sem mudanças e sem melhorias.
Quem de fato é vítima e precisa de ajuda, deve
agir de outra maneira. Este, busca ajuda e não plateia ou aliados. Sempre vê
algo que pode fazer para que a situação se resolva. Busca encontrar consciência
para fazer algo, que dependa apenas dele mesmo o invés de ficar encontrando
culpados. Desenvolve a habilidade de não buscar culpados e de desenvolver sua
autonomia, para se sentir melhor, para através de suas próprias mãos, ou de
fato, através de uma ajuda verdadeira.
Paulo Veras é mestre
em educação, psicólogo clínico e organizacional, psicanalista, pedagogo,
escritor e faz palestras, especialista em educação especial e inclusiva,
especialista em docência do ensino superior e professor universitário em
Goiânia-GO.
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