Perdoar deve ser antes de tudo, uma decisão gratuita, não negociada ou fruto de permuta ou de constrangimentos de terceiros. Comumente, observamos que algumas pessoas atrelam a felicidade e a paz interior a decisão que tomam em perdoar o passado ou a si mesmo.
De fato, tais decisões podem fazer muito bem. Observamos também, aqueles que incentivam que o outro perdoe, como se este processo fosse simples e trivial. Porém esta decisão não deve ser tomada no tempo do outro ou porque sofremos intimidações todos os dias.
Perdoar é uma decisão, decisão esta que pode levar tempo, construção de valores, ressignificação do passado e sobretudo o momento exato para que isto seja feito. Podemos levar uma vida inteira para voltarmos ao passado e pedir desculpas a ele ou ainda há, aqueles que conseguem acessar sua dor de maneira mais rápida e mais fácil.
Cada tem seu tempo e sua forma de perdoar e isso precisa ser respeitado. Não há receita pronta, não é amnésia e nem sepultamento do passado. Perdoar pode ser, ver o passado sem dor ou revivê-lo com outro sentimento.
Pode ser o abandono de padrões sentimentais estabelecidos e de aprovações sociais e/ou religiosas. Pode ser ainda uma forma diferente da sua, diferente do seu tempo, da sua velocidade ou da sua intensidade. Contudo, perdoar será sempre uma disposição definida pela sua decisão.
Paulo Veras é psicólogo clínico e organizacional, psicanalista, pedagogo, escreve e faz palestras, especialista em educação especial e inclusiva, especialista em docência do ensino superior e professor universitário em Goiânia-GO.
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