É interessante
que comecemos refletindo, que patologizar nos filhos o que está mal resolvido
nos pais, é a maneira mais simples de descarregar neles a ineficiência dos
mesmos pais, no processo de educá-los.
A expressão pais
tóxicos é uma denominação cada vez mais comum, usada pela psicologia, para
classificar os pais que, sem capacidade de educar, agridem física e
psicologicamente seus filhos, causando sequelas que irão ressoar pelo resto de
suas vidas. Quando a crueldade está dentro de casa, torna-se mais difícil a intervenção de alguém que esteja fora deste círculo.
Deve-se lembrar que nenhum pai, nenhuma mãe é infalível e
portanto não estão livres de cometer falhas, de perder a pouca paciência, de
romper com a postura e até trair seus princípios e valores. Agir com
perversidade na educação dos filhos, denuncia muito mais um prazer em agredir,
do que vontade de educar.
Promover a dor no outro, como forma de educar, revela uma disciplina em favor de uma vingança e mágoa do próprio pai, do que uma educação para o crescimento e equilíbrio do filho. Não se educa humilhando, muitos menos, humilhando aqueles que declaramos amar.
Promover a dor no outro, como forma de educar, revela uma disciplina em favor de uma vingança e mágoa do próprio pai, do que uma educação para o crescimento e equilíbrio do filho. Não se educa humilhando, muitos menos, humilhando aqueles que declaramos amar.
Agir com violência quando temos a intenção de educar é
confirmar para a criança que ela não é merecedora de afeto e muito menos digna
de amor e todos nós temos estes direitos. Comportamentos assim, ensinam aos
filhos a repetir a mesma atitude dos seus pais, até porque podemos observar que
estes já estão retornando e repetindo o que fizeram a eles. Não é absurdo
dizer, que a casa dos pais é a escola dos filhos.
A postura de pais tóxicos na educação de seus filhos, podem
construir adultos agressivos, violentos, com dificuldade de aprendizagem,
medrosos, rebeldes, tímidos, covardes, com dificuldades de se relacionarem e
com um forte sentimento de culpa, culpa essa que pode ser amenizada nas drogas
e/ou bebidas.
Educação só acontece, se acontecer o amor.
Paulo Veras é psicólogo clínico e
organizacional, psicanalista, pedagogo, escreve e faz palestras, especialista
em educação especial e inclusiva, especialista em docência do ensino superior e
professor universitário em Goiânia-GO.
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